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A primeira carne cultivada em laboratório para alimentar cães e gatos

Atualizado: 30 de jan. de 2023

Petisco produzido pela empresa Because animals [Fonte: Because animals]

Nos últimos anos, tem crescido a procura por métodos de produção de carne e seus derivados que sejam alternativos ao tradicional, no qual há a necessidade de abate animal, elevada poluição e gastos exacerbados de água.


Diferentes estratégias já estão próximas de serem colocadas no mercado. Como é o caso da startup NovaMeat, que utiliza proteínas a base de plantas em seus bifes veganos. Já para o público que não abre mão de consumir carne, a startup AlephFarms tem como estratégia o cultivo e Bioimpressão de células bovinas a fim de produzir bifes similares aos reais.


Além do mercado alimentício para humanos, o setor de alimentação para pets também tem começado a investir em métodos de produção de ração e petiscos alternativos aos tradicionais. A startup Because animals é a primeira do mundo a se dedicar a desenvolver rações e biscoitos para cães e gatos, utilizando para isso células cultivadas em laboratório.

A estratégia da empresa consiste em coletar células de camundongos, adicioná-las a um biorreator para que possam se multiplicar e utilizá-las como matéria-prima para produzir alimentos para cães e gatos. O primeiro produto da empresa, feito à base de células, se chama Harmless Hunt(™), já foi validado com alguns animais de estimação e está esperando a aprovação para que possa ser comercializado já em 2022.

Harmless Hunt(™), petisco composto por células cultivadas em laboratório. [Fonte: Because animals]

Mas porque utilizar células de camundongos?

Embora já existam muitas opções de rações vegetais, cães e gatos são mais saudáveis quando comem carne, principalmente os gatos, que precisam de determinadas proteínas que são encontradas na carne. Como os gatos evoluíram como animais predadores, sendo as suas fontes primárias de alimentos camundongos, ratos, coelhos e insetos, o time da empresa decidiu apostar em células de camundongo ao invés de frango ou vaca.


O processo desenvolvido pela empresa, permite a coleta das células de camundongos sem a necessidade de abate dos animais. As rações e petiscos produzidos são livres de contaminantes, sem adição de antibióticos e com alto valor nutritivo agregado

A empresa tem como missão, desenvolver alimentos que sejam nutritivos para os animais de estimação, sem precisar abater nenhum animal e reduzindo a poluição associada ao processo. Segundo a CEO Shannon Falconer, mais de um quarto do impacto ambiental da pecuária, é proveniente da produção de alimentos para animais de estimação. Esses alimentos geralmente usam carne processada, e restos como vísceras, cabeças, ossos e sangue ou ainda carnes que não podem ser vendidas legalmente porque o gado estava doente ou morrendo. Logo, novas soluções para o setor alimentício de pets acabam sendo muito bem vindas.

O próximo passo da empresa tem sido desenvolver petiscos para cães, compostos por células de coelhos.

A CEO Shannon Falconer no laboratório da empresa, onde as células são cultivadas. Na direita, o Cofundador Joshua Errett com seu gato Frankie, o primeiro gato a provar o biscoito feito a base de células. [Fonte: Because animals]

Estratégias alternativas, utilizando células de insetos como fonte de proteínas para os alimentos de cães e gatos, também tem sido uma abordagem de startups, como a Yora e empresas consolidadas, como a Nestlé, que lançou na Suíça o produto Purina Beyond Nature's Protein, a base de proteína vegetal e animal (larvas de mosca).


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