O uso de animais para teste de medicamentos e compostos candidatos a fármacos não será mais obrigatório para as empresas farmacêuticas. A lei, que é oficialmente chamada de Lei da Modernização do FDA 2.0, retira a obrigatoriedade de testes em animais e dá as empresas a opção de utilizar métodos alternativos ao uso de animais, tais como a Bioimpressão 3D, organ-on-chip, modelagem computacional e inteligência artificial.
Embora seja uma quebra de paradigma, esforços para que o uso de animais em experimentações seja reduzido e/ou substituído não são novos. O princípio dos 3R's foi primeiramente descrito em 1959, no livro The Principles of Humane Experimental Technique, e tem como premissa a substituição (Replacement), redução (Reduction) e refinamento (Refinement) do uso de animais em pesquisa. Os conceitos abordados nessa obra são amplamente aceitos como abordagem para maximizar a ciência de alta qualidade, garantindo ao mesmo tempo que o mais alto padrão de consideração ética seja aplicado na regulamentação do uso de animais em procedimentos científicos.
A partir de então, o conceito abordado na publicação foi difundido e diversos países começaram a se mobilizar para colocá-los em prática. Em 1896 houve a implementação na União Européia (UE) da primeira legislação que abrange a utilização de animais para fins científicos. Desde 2004, tornou-se proibitivo dentro da UE o uso desses animais como cobaias no setor de cosmético e perfumaria, impulsionando o desenvolvimento de métodos alternativos ao seu uso, tanto dentro das universidades quanto no setor privado. Grandes empresas, como a L´Oréal, Unilever e Procter & Gamble reinventaram o seu portfólio ao introduzir metodologias alternativas a testes antes corriqueiros, como o teste de irritação ocular, geralmente realizado em coelhos.
No Brasil, a primeira legislação com relação ao uso de animais em experimentos foi aprovada em 2008. Denominada de lei Arouca, a mesma tem como premissa os 3R’s, garantindo a morte dos animais de forma a não ocasionar dores/sofrimento desnecessários.
Em uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), em 2012 foi criada a Rede de Métodos Alternativos (RENAMA). Esta rede tem como intuito gerar recursos humanos capacitados para desenvolver metodologias alternativas ao uso de animais, assim como validá-las e implementá-las no cenário científico brasileiro. Já no estado do Rio de Janeiro, foi promulgada a Lei nº 7.814 a qual proíbe a utilização de animais para desenvolvimento, experimento e teste de produtos cosméticos, de higiene pessoal, perfumes, limpeza e seus componentes.
Logo, podemos observar uma tendência mundial e nacional clara, onde métodos alternativos ao uso de animais passam a ser cada dia mais demandados. Essa demanda é impulsionada não somente por fatores éticos como também de mimetismo. Diversos estudos apontam que modelos animais muitas vezes falham em mimetizar eventos que ocorrem no corpo humano.
"A produção de modelos mais preditivos e acurados tem o potencial de auxiliar a desvendar processos biológicos ainda não solucionados. Plataformas biomiméticas terão impacto direto não somente no entendimento de biologia básica, como também na medicina personalizada, ao aprimorar o direcionamento dos melhores medicamentos, levando em consideração as individualidades de cada paciente"
A tecnologia de Bioimpressão 3D é uma das apostas dentro desse campo. Com a capacidade de gerar construídos tissulares altamente miméticos, utilizando a célula do próprio paciente, a Bioimpressão 3D pode ser uma das tecnologias que mais atuará no setor de saúde 4.0.
A BIOEDTECH, pioneira no desenvolvimento de plataformas de Bioimpressão 3D, se antecipa as necessidades do mercado global e hoje conta com um portfólio denso, com diferentes tipos de Bioimpressoras, Biomateriais e soluções no mundo da Bioimpressão e Biofabricação. Consulte o nosso catálogo abaixo e saiba mais!
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