Seria a Bioimpressão 3D a tecnologia capaz de biofabricar próteses mamárias mais naturais, sem rejeição e adaptáveis ao corpo humano?
Essa é a pergunta que a startup francesa Healshape está tentando responder. Fundada em 2020 e com sede em Lyon, a empresa tem a missão de desenvolver implantes mamários para mulheres que realizaram mastectomia, utilizando para isso a Bioimpressão 3D.
O câncer de mama é o tipo de câncer de maior incidência em mulheres no mundo. Estima-se que 2,3 milhões de mulheres sejam acometidas por ano. No Brasil, o câncer de mama é o tipo mais incidente e causador de óbito entre as mulheres, seguido pelo câncer de pele. Sendo a mastectomia uma forma de tratamento que consiste na retirada cirúrgica de toda a mama da paciente
Após a mastectomia, a paciente pode escolher fazer cirurgias de reconstrução mamária, no entanto, estas envolvem o uso de implantes artificiais ou enxerto de tecidos moles. Infelizmente, os implantes dessas fontes podem resultar em variabilidade e sempre há o risco de uma resposta imune, o que pode retardar o processo de cicatrização ou resultar na perda do implante.
Observando essa dor de mercado - que é global - a startup Healshape está trabalhando em uma bioprótese usando hidrogel natural e reabsorvível. Este implante bioimpresso em 3D pode se adaptar as diferentes formas de corpo. Uma vez colocada a prótese, as células da própria paciente colonizam o arcabouço (scaffold) personalizado e recriam o tecido mamário, ao mesmo tempo que a bioprótese é gradualmente reabsorvida. “Uma mulher vai recuperar a própria mama dentro de seis a nove meses, sem vestígios da bioprótese”, diz Sophie Brac de la Perrière, CEO da Healshape, que espera que “isso ajude as mulheres a aceitarem sua imagem e serem felizes com seus corpos novamente."
A empresa já conta com o depósito de uma patente, referente ao processo de produção da prótese mamária. Atualmente, conseguiu um aporte milionário e está na fase pré-clínica de testes, esperando dar início aos testes clínicos entre 2023-2024.
Além da Healshape, outras startups como a Collplant também investem na reconstrução de tecido mamário através da tecnologia de Bioimpressão 3D.
Os implantes em desenvolvimento serão bioimpressos e carregados com composições baseadas em rhCollagen (colágeno recombinante), células de gordura autólogas e componentes da matriz extracelular. Esses implantes destinam-se a promover a regeneração tecidual e degradar em sincronia com o desenvolvimento de um tecido mamário natural.
O diferencial da Collplant é que essa é a primeira empresa a ter sucesso no desenvolvimento de uma plataforma vegetal que expressa efetivamente o colágeno humano. A produção do colágeno recombinante humano Tipo I (rhCollagen) começa nas plantas de tabaco geneticamente modificadas. A proteína humana recombinante na forma de “procolágeno” é extraída das folhas de plantas maduras e processada para obter um rhCollagen altamente purificado que pode ser usado para a produção de produtos médicos.
Bem vindos a nova era da Medicina Regenerativa!
Referências
Top. Será que o governo brasileiro vai comprar para as pacientes do SUS? Tomara que sim!