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Novo corante biotecnológico pode substituir corantes feitos com derivados de petróleo


"Aproveitamos o poder da Biotecnologia para construir um futuro mais colorido"


Esse é o slogan da empresa Michroma, que tem como missão substituir os corantes a base de petróleo por corantes naturais, feitos através de Biotecnologia!


Corante Red+ desenvolvido pela empresa Michroma [Fonte: Michroma]

Os corantes alimentares tradicionais, como Red 40 e Yellow 5, geralmente fazem uso de produtos sintéticos, que por sua vez são derivados do petróleo, ou de origem animal. No entanto, nos últimos anos, a busca pelos consumidores por soluções/rótulos "limpos", tem fomentado que empresas desenvolvam soluções mais verdes.


Fundada em 2019 e com sede em São Francisco, A Michroma está desenvolvendo sua nova tecnologia para corantes e aromatizantes de alimentos. Essa tecnologia utiliza a fermentação de fungos filamentosos geneticamente modificados, que apresentam rendimento e desempenho superiores. Segundo a empresa, este é um processo de baixo custo e escalável, onde os fungos - que são alimentados com matérias-primas de baixíssimo custo - são adicionados ao biorreator e secretam as cores no meio onde estão sendo cultivados. A extração da cor consiste em um processo de filtração simples, onde depois a cor é seca e/ou concentrada.


Plataforma de produção de corantes naturais, utiliza fungos para a sua produção em larga escala [Fonte: Michroma]


O primeiro produto da empresa é denominado de Red+, que vem como substituição para o corante Red 40. Segundo a empresa, o Red+ é resistente a temperatura e estável em todo o espectro de pH dos alimentos. Isso quer dizer que o corante é capaz de manter a sua coloração durante processos como pasteurização, cozimento e extrusão. Comparativamente, outros métodos para alcançar a mesma coloração, como raiz de beterraba ou insetos, não funcionam tão bem quando testados com temperatura e estabilidade do pH dos alimentos. Além de que, em 1 grama do corante Red+ há 58x mais poder de coloração do que a beterraba, por exemplo.


Características como pH, estabilidade térmica, poder de coloração e sabor reduzido são as principais características desse corante [Fonte: Michroma]

Segundo o CEO Rick Cassini, além da aplicação em alimentos tradicionais, o Red+ também poderia ser utilizado para dar cor a carnes cultivadas em laboratório. Por ter características como: Estabilidade de pH, térmica, poder de coloração e sabor reduzido, é uma excelente alternativa para ser introduzida também na área de carne cultivada e carnes plant-based.

Atualmente, a empresa já conseguiu um valor estimado de U$ 7,4 milhões em financiamento e tem como perspectiva produzir outras cores, como as quentes; laranja e amarelo e também as mais frias como azul e branca. Além disso, a Michroma publicou que passará a desenvolver aromas à base de plantas que serão vendidos em combinação com os corantes. Tendo Singapura como premissa (país onde já é comercializado carnes de laboratório), o time da Michroma espera conseguir o seu aval em até dois anos e já está em conversa com agências regulatórias dos EUA e UE.



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